Pitacolândia: a propósito de escuridão e cores

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Não é só o desastre da coleta de lixo no último ano que denuncia o abandono em que Caxias está submetida; basta circular pelas ruas à noite para notar que a cidade também está às escuras… Há em curso uma evidente economia de energia elétrica, principalmente depois do anúncio público de falência financeira há alguns meses.

Lixo pelas ruas é fácil de ver, basta andar a qualquer hora, mas a cidade escura só mesmo circulando por ela à noite, coisa que as autoridades locais evidentemente não fazem. Mas, basta conversar alguns minutos com comerciantes e pessoas chegando do trabalho para constatar que o breu tem incomodado bastante.

Não sei dos outros distritos, mas pelo menos o primeiro está numa penumbra danada, uma verdadeira Gotham City – sem a possibilidade de chamar o Batman para nos ajudar. Aliás, se houvesse um super-herói para nos livrar dos malfeitores na cidade, o sujeito ia ter trabalho, rapá…

Bem, pelo menos de dia a cidade tem cor e brilho. Na verdade, Caxias é feinha, mal planejada, digamos, mal acabada, mas pelo menos é colorida, fruto talvez da rica miscigenação dos povos aqui. A riqueza natural da Mata Atlântica e a riqueza cultural, como a Feira, por exemplo, pelo menos mostram que a cidade tem vida pulsante, que vibra independente de seus governantes.

Aliás, por falar em cores, uma das marcas da administração do atual prefeito no primeiro governo foi o de pintar a cidade toda de azul e amarelo, cores do PSDB, partido do então presidente FHC, atual defensor do THC, e do Marcelão Alencar, padrinho político e sujeito que deu uma moral de verdade para o Amiguzito com o endinheirado programa Baixada Viva.

Praças, carros oficiais, paredes, prédios públicos, uniformes, material escolar, tudo azul e amarelo – e não era uma referência às cores da Cartolinhas de Caxias, a lendária escola de samba que a cidade já teve. Azul e amarelo nos postes, nos corrimãos das passarelas, nos viadutos – e também não era cromoterapia.

Na época, chegou a correr à boca miúda que havia começado uma briga na surdina entre as fábricas de tinta quando Zito foi para o PDT… Imagina. Ainda bem que o prefeito descartou essa prática colorista. Caso continuasse até hoje, teria agora que pintar a cidade toda de… de… Qual é a cor do PP mesmo? Aliás, o que é o PP?

 

(*) Pitacolândia é uma coluna semanal publicada também no Jornal de Caxias.

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heraldo hb

. Animador cultural, escritor e produtor audiovisual nascido no século XX. .

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