Marielle Franco

Marielle Franco

Já se foram 3 anos e as perguntas que não querem se calar: – quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes? E por quê?

…a placa: substantivo feminino… as ruas e seus nomes: Marielle Franco… e tantas outras sementes…

E surge a placa, palavra feminina, onde a escrita segue a afirmativa. Nela a palavra é dita e indicativa. Fala da homenagem que nela é permanente fica exposta, visualmente, afixada numa parede, na varanda, na casa, na grade, na mureta da calçada, na rua, na avenida, na encruzilhada, na câmara, na vida.

A placa indica que é pra gente não se preocupar que ela não vai cair, está bem fixa, segura. Nela contém informações que são muito importantes para memorizar. Olhando fixamente nos diz para focalizar criar metas e estabelecer residência fixa, morada e não vacilar frente a qualquer ameaça. Ela serve para visualizar a grande cilada armada, por isso não saímos das lutas, estamos nas quebradas pela vida, principalmente, da mulherada.

Com a placa prestamos homenagem única e muito especial, demonstramos reconhecimento pelos feitos daquela que germina em nós sementes, para eternizar em vida sua memória, potência e luta. Viva Marielle Franco e Anderson Gomes.

Nossos encontros nas organizações das lutas, nas reuniões de construção de políticas públicas para o nosso povo e no afeto dos nossos corpos de mulheres negras, sim, eram constantes. Foram reuniões, plenárias, audiências e bate papos amenos depois de algumas dessas reuniões, antes se tornar vereadora.

Somos as dos partidos do povo e nossos caminhos estavam entrelaçados pelas lutas necessárias e urgentes para poder transformar a vida da nossa gente,pelo afeto. Gente essa que segue resistindo, diariamente, enfrentando forças que tentam nos executar. Nossos corpos não serão interrompidos. Não seremos silenciadas. Nossas vozes fazem eco, e o nosso verbo é lutar e vencer.

Mas as nossas fontes ancestrais, além da sororidade, resgatavam em nós os diálogos e redescobertas da essência central que é o mulherismo africana e feminismo negra, a partir da nossa identidade ancestral. Nós somos as que parimos o mundo, e a terra é o nosso local de fala, de vida. É preciso retomar a Mátria, a Paz Possível.


Sílvia de Mendonça

Formada em jornalismo e produção cultural, Sílvia de Mendonça também é atriz e ativista do Movimento Negro Unificado (MNU). Também tem presença nas lutas contra intolerância religiosa, juventude negra e direitos humanos.

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