Chegou o 17º Festival Nacional de Teatro de Duque de Caxias
É muita alegria ver que vai começar a décima sétima edição do Festival Nacional de Teatro de Duque de Caxias. Sério mesmo. Por todo o simbolismo da parada: o tempo de estrada; a projeção da cidade em alguma coisa que não é nem violência nem escândalo político; a mescla de públicos; a qualidade da programação; e a volta do teatro Raul Cortez depois de anos fechado.
A sigla, Fenatec, sempre me dá dúvidas se funciona porque me remete sempre a alguma dessas feiras de tecnologia hehe, mas tá valendo. Serão quinze dias de atrações, com espetáculos de vários estados do país, sempre com entrada franca.
Antes de comentar sobre essa edição é importante dizer que o Festival é um sucesso de público na Baixada em todas as suas edições, fato que cala qualquer tentativa babaca de insinuar que não há público para teatro na cidade. Em todas as vezes que fui ver algum espetáculo, nesses anos todos, não lembro de nenhum que não tivesse praticamente lotação esgotada. Esse Festival comprova cabalmente essa verdade sobre Cultura na cidade: NÃO É POR FALTA DE PÚBLICO.
Bom, observação inicial feita, bora lá.
Um ponto a ser destacado sempre é que a régua é alta na curadoria. Difícil ter um espetáculo selecionado que fique no nível do razoável. Em geral, o nível é de excelência nas escolhas. O que significa que você pode ir em qualquer dia e sempre assistirá a um bom espetáculo.
Ah, sim, pra não parecer pedantismo, adianto que não sou exatamente um especialista nas artes cênicas, sendo no máximo um apreciador e um pitaqueiro em alguns dos quesitos, como dramaturgia e concepção sonora. E não acompanho teatro como gostaria… Isto posto, vou destacar na programação algumas produções made in Caxias, por conhecer ou por saber que vale a aposta.
O caso da nossa premiada e motivo de orgulho Cia. de Arte Popular, que apresenta O Brincado Romance de Flora e Valentim, dramaturgia do Cesário Candhi, maluco que é um dos grandes escritores de teatro da região já há algum tempo. Dia 29/11, 14h.
Dia 27/12, às 19h, vale a atenção também para Elen Debaixo do Guarda-Chuva, do Grupo Subjetivo de Teatro, espetáculo com direção do Myke Stevam, hoje um dos principais caras que vem produzindo bastante teatro na cidade.
Também nesse dia 27/11, só que às 14h, é a vez da Inepta Cia. apresentar seu O Aniversário de Bu. O grupo tem uma pegada forte de palhaçaria e na edição passada do Festival arrebatou alguns dos principais prêmios. Aliás, a companhia tem como um dos integrantes o multiartista Junior Melo, sujeito que sou fã assumido.
Aproveito também para chamar a atenção também para Negra Palavra – Solano Trindade, espetáculo que está programado para o dia da abertura, nessa sexta-feira. O espetáculo esteve no Gomeia Galpão Criativo no ano passado e foi incrível a performance em cena e a resposta do público. A peça é mais que uma peça apenas, é uma experiência de vida com objetivo claro de mobilizar as pessoas usando a arte. O grupo, Complexo Negra Palavra, é uma seleção de pessoas incríveis. Veria de novo, sem dúvidas.
E no dia 03, tem a montagem de Tribobó City, formatura do curso de Iniciação Teatral que acontece no Teatro Armando Mello, coordenada pelo diretor Guedes Ferraz.
O Festival também prevê oficinas e identifiquei uns nomes ali com trabalhos muito consistentes, incluindo O Passo, do Estevão Ciavatta, vivência corporal com um método incrível e de uma potência imensa. Recomendo muito.
Ah, ainda tem isso: no dia 09/12, no encerramento haverá uma homenagem ao cineclube Mate Com Angu, muita honra pra gente 🙂
O Festival é organizado pelo Centro de Pesquisas Teatrais, o CPT, grupo que esse ano completou trinta anos de estrada. Né pouca coisa não…
Toda a programação e o link para inscrição nas oficinas você pode acessar nesse endereço: https://linktr.ee/17festivalcptdc e pelo instagram é só seguir @cpttudosobcontrole