Marc Bloch

Marc Bloch

Não sou exatamente um comemorador de efemérides, mas agora a pouco, pausando o trabalho para um café, me veio à mente que hoje, 19 de agosto, entre outras referências, é o dia do Historiador e daí a mente deu uma vagada bonita pelo jardim das lembranças.
E como a tarde está fria, o café quente e vontade veio, escrevo pra mandar um salve especial a tanta gente amiga, e tanta gente que acompanho com admiração, que é do ramo da pesquisa e do professorado nessa disciplina fundamental que é a História.
E também fazer um louvor a um cara incrível que foi Marc Bloch, autor de um dos livros mais fascinantes escritos no século passado, Apologia da História ou o Ofício do Historiador.
Além de reconhecido intelectual de sua época, ter lutado na primeira guerra e ter fundado a referencial Escola dos Annales, com outro maluco, Lucien Fabvre, Bloch foi da resistência francesa contra o nazismo e por isso foi perseguido, preso, torturado e fuzilado pelo regime de Hitler em um campo de concentração.
Os manuscritos de Apologia da História foram salvos nem sei como, nunca li detalhes disso, mas sei que o livro foi escrito por Bloch no campo de concentração, sob condições degradantes, sem consulta a seus livros e anotações, tudo de cabeça, o que o torna ainda mais lendário e dimensionador da força humana que o cara possuía.
Aliás, o estudo da História tem essa marca singular de ajudar a Humanidade a avançar em direção à esperança, mesmo quando o ambiente é de mergulho em trevas e arbítrio. Como é o caso de um momento como esse em que estamos no Brasil nos últimos oito anos ou ainda os vários outros momentos de autoritarismo que vivemos ao longo de nossa existência enquanto país.
Não é à toa que historiadores estão sempre entre os primeiros da fila a serem perseguidos pelos regimes ditatoriais. A História é uma arma potente e entranhadora.
Em uma região como a Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, onde vivo, a História ainda tem uma camada extra que é de alimentação de uma vasta onda de transformação que vem ocorrendo nas últimas décadas na região. Como um manguezal que nutre a vida que se renova, mesmo em movimentos silenciosos, mesmo que os poderosos não se deem conta, mesmo que os frutos disso pareçam demorar a surgir.
Viva a Ciência, viva a História.
Pronto – homenagem feita. Voltando ao trabalho.
[ heraldo hb – pitacolândia – agosto 2022 ]
ps2: o título A História Nos Absorverá é um tirinho que faz citação ao livro de Fidel Castro, A História Me Absolverá
ps3: de hoje a domingo tá rolando no Sesi Caxias a pela Marginal Y-gûaçu que tem tudo a ver com História da Baixada – e com a participação especial, olha só, do professor Nielson atuando. Bota no google que acha.
Marc Bloch
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heraldo hb

. Animador cultural, escritor e produtor audiovisual nascido no século XX. .

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