“Alguéns” não está curtindo esse negócio de votar
Uma observação curiosa sobre a última eleição aqui em Dallas tem a ver com os números da votação, que deveriam ser melhor avaliados pra se ter uma ideia das possíveis chances de mudança nos cenários eleitorais da cidade.
Vejamos: no segundo turno, Batoré Reis ganhou com 54,18% dos votos válidos contra 45,82% do Bigodica, uma vitória com certa folga. Mas se você somar o número de abstenções com o de votos brancos e nulos temos aí o incrível percentual de 39,8% de negação às escolhas dadas ou ao processo eleitoral como um todo. Quase 40% dos votos… não é pouca coisa.
E pensando no momento tenso atual de pandemia a tendência desses números de não-comparecimento é serem ainda maiores, somado ao já crescente número de pessoas que já desacreditam do processo eleitoral em si.
Basta dizer que na eleição municipal de 2012 essa soma de abstenções, brancos e nulos foi de 26,7% na cidade e para presidente em 2018, 30,9%, números que parecem indicar uma tendência de alta.
Com a democracia, que já era capenga, agora em frangalhos, um colapso no sistema de representação parece iminente. Olhar com atenção para esses dados em uma cidade com a dimensão de Caxias (uma das mais ricas e desiguais do país) se torna uma tarefa imperativa pra salvar o que ainda resta de civilidade. Antes que o trator do pacto ultraliberal termine de vez com o seu plano de extermínio geral de futuro.
A ver.
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Eleição em Caxias em 2016:
Batoré: 54,18%
Ficadica: 45,82%
Abstenções: 23,83%
Votos nulos: 3,83%
Votos brancos:12,14%
Fonte: https://www.tre-rj.jus.br/