crianças de e na rua!
“Em casos em que a família usa crianças e adolescentes para ajudarem de alguma forma da renda da casa pedimos que o Conselho Tutelar acompanhe assim poderemos tomar as devidas providências”.
Duas décadas depois da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a definição, com base em dados oficiais, do perfil de meninas e meninos que trabalham ou vivem nas ruas do país surge como um instrumento importante para tornar as políticas públicas realmente efetivas nesta área.
O que sabemos sobre as razões que mais levam crianças e jovens a optar pelo desamparo nas ruas?
Sabemos que o poder público precisa se mostrar capaz de atacar com mais eficiência, se quiser mesmo acabar com uma verdadeira tragédia…
O país (todos nós) precisa se valer de avanços como a universalização do acesso ao ensino básico e dos programas de renda mínima para reduzir o número de meninas e meninos em situação de risco.
A particularidade de muitas crianças dormirem em casa à noite sugere que, entre as razões para ficarem na rua, está a necessidade de conseguir dinheiro para si mesmas e para familiares.
De acordo com o censos , cerca de 70% das crianças e adolescentes que dormem na rua foram violentados dentro de casa.
Além disso, 30,4% são usuários de drogas ou álcool.
Os dados divulgados apontam que 32,2% das crianças e adolescentes tiveram brigas verbais com pais e irmãos, 30,6% foram vítimas de violência física e 8,8% sofreram violência e abuso sexual.
A busca da liberdade, a perda da moradia pela família, a busca de trabalho para o próprio sustento ou da família, os conflitos com a vizinhança e brigas de grupos rivais também levam os jovens à situação de rua.
Um dos desafios do poder público, que conta hoje com mais instrumentos para isso, é contribuir para que tenham mais paz e menos problemas financeiros em casa, que não deixem de frequentar as aulas e possam contar com mais opções culturais e de lazer nas comunidades em que vivem.