[Pitacolândia] Sobre tosquice política em Dallas
No programa de televisão CQC, exibido na TV aberta Bandeirantes, há um quadro muito bem bolado e bem executado chamado Controle de Qualidade, onde, com óbvia intenção de confronto, se “testa” conhecimentos mínimos dos deputados e senadores sobre as coisas mais básicas para o pleno exercício de parlamentar em um país da magnitude do Brasil. O resultado é sempre constrangedor dado o nível rasteiro dos sujeitos que estão lá representando o povo, e deixa clara a distorção que existe em todas as fases do processo eleitoral nacional. Também fica perceptível que há uma estrutura viciada montada nos currais eleitorais do país, baseada no poder econômico e na coerção física, heranças do coronelismo obtuso que ainda vigora.
Sem entrar em aprofundamentos aqui; apenas deixo a constatação de que a política ainda precisa evoluir muito para sair desse cenário teatral que mascara a extrema urgência da radicalização da democracia. Mas, aí já é demais por enquanto…
E esse quadro por aqui? Putz, o poder é tosco demais em Caxias. Tudo bem que a política de um modo geral é tosca no país, mas por aqui é uma oscilação entre o desanimador e o revoltante.
Porque uma coisa é uma cidadezinha como Santo Antônio do Salto da Onça, outra coisa é uma cidade que há décadas é um dos maiores orçamentos da América do Sul.
O mundo literalmente pegando fogo e é angustiante ver que os políticos em geral não estão nem aí para os rumos que o planeta tem seguido. As universidades brasileiras estão há anos apinhadas de soluções criativas, viáveis e baratas para contribuir com a solução dos problemas da urbanidade, basta consultar. Fora que a Internet permite contato direto com milhares de experiências bem sucedidas no mundo todo, mas para isso seria necessário o mínimo, o mínimo mesmo, de comprometimento. Ops, acho que também aí já é exigir demais, né?…
Software livre, bicicleta, transparência pública, controle social, cultura, ecoturismo, geração de energia limpa local, mobilidade urbana, permacultura, economia solidária, agricultura orgânica… Todo um mundo de conhecimento disponível… E nada.
Basta acompanhar uma sessão na Câmara de Vereadores da cidade para constatar a tosquice da atuação parlamentar – e para se perguntar o que diabos justifica o salário de um vereador. Triste.
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