… Um cheiro de eternidade

Quando em outubro de 1969 eu deixei o Morro do Parque Proletário da Penha, criança ainda, pra ir morar na rua 20 casa 8…Vila São José, Pantanal, com minha família, vistoriei a casa. Fui até o quintal. Respirei fundo. Exalou um cheiro de terra que acoplou-se à minha alma. Daí tive a certeza. Eternamente estaria na Rua 20, casa 8.
Fui crescendo. Jogando bola. Me apaixonando. Casando. Descasando, casando, descasando… É que a Poesia é por demais possessiva. Só admite Camila.
Estive em tantos lugares. Rio… Brasília… São Paulo.. Espírito Santo… Em fábricas, construção Civil, gastronomia. Hoje sou da Poesia e de Camila. E das estradas. A Poesia se aquietou. Perdi terras, residências, dinheiro e alguns amores. Se perguntas… “e agora?” Responder-te-ei apenas:
Rua 20, casa 8. Eternamente.
II
Toda essa crônica pra dizer que me surpreendi com minha inclusão no livro DUQUE DE CAXIAS NAS ALTURAS de Naldo Farias, elencando as 53 maiores personalidades da história de Duque de Caxias. E estar ao lado de Dolores Duran me fez aceitar.
É que declinei com o amigo Naldo Farias. Aleguei ainda estar no meio da minha trajetória. Pedi 15 anos de espera. Mas ele falou de Dolores.. e de meus 21 livros publicados. De trabalhos meus na Ucrânia, Canadá, Suécia e França. Que fui amigo de Barboza Leite. Que eu nunca abandonei a Rua 20 casa 8. E pra me ” arrebentar” de vez cantarolou:
” É de manhã
Vem o sol
Mas os pingos da chuva
Que ontem caiu
Ainda estão a brilhar…
…me dê a mão… ( C.A.)
Ah…meus AMIGOS ( AS) estão convidados ( as).