Na próxima terça-feira (13) teremos feriado em Duque de Caxias. Dia de Santo Antônio, padroeiro da cidade. Eu gosto de certos feriados, mas não curto a ideia de se decretar feriado religioso, em país laico. Principalmente, levando em conta que são todos voltados para uma religião só – a católica.

Sabemos que os cultos de raízes africanas também tem seus mitos, assim como os povos indígenas, aos quais dedicam dias, ou até semanas e mês inteiro. Mas isso não implica envolver a sociedade nessas celebrações.

De Norte a Sul do Brasil, cada cidade, cada estado tem seu padroeiro. Parcela considerável do território brasileiro tem seu nome ligado aos santos patronos do catolicismo, naquele pedaço. Há também as santas, como, entre outras, Catarina e Aparecida. Esta, por sinal, é a soberana do credo romano não só em Aparecida do Norte, como em São Paulo e no país inteiro.

Por falar nisso, me lembrei de um papo que já levei aqui. Aparecida é reconhecida pela igreja e pelo Estado como a “padroeira” do Brasil. Isto é mais uma manifestação expressa do machismo, enraizado no clero. Ora, se no bom português os gêneros (masculino/feminino) são representados por pai/mãe, padrasto/madrasta, patriarca/matriarca, padre/madre, etc. por que ela teria que ser padroeira e não madroeira?

Já tem um tempo que eu me refiro a Aparecida como madroeira. Acho até mais “honesto”, que chamar mulher de “presidenta”.


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