Não. Quando o Funk invadiu rádios e TVs… Eu não curtia. Apenas ouvia. As discoteques haviam passado e morrido DJ Ademir Lemos, Mounsier Limá e a lenda Big Boy. O ritmo era outro. Vindo das comunidades. E o representante maior ( sim, outro grande foi Marlboro), foi Rômulo Costa e sua equipe Furacão 2000. Os bailes nos clubes do Brasil tornaram-se uma febre. Dezenas de MCs surgiram sob a orientação de Rômulo. Muitos deles largaram fuzis, drogas e tornaram_se artistas O programa de Rômulo e Verônica Costa e depois Priscila Nocetti atingiam altos índices de audiência. Bob Run e o RAP do Silva. O funk romântico de Marcinho e CACAU (rap dos bailes), ambos do Pantanal. Marcinho e Claudinho ( RAP do Salgueiro) ” Salgueiro vem com pira e a força vai chegar” Cidinho e Doca. “RAP das armas” e RAP da Felicidade . ” Eu só quero é ser feliz/andar tranquilamente na favela onde eu nasci..” Bonde do Tigrão ” só tem moleque bom”.

Já acima da idade, observava meus sobrinhos com passinhos inovadores .

Hoje o Funk segue. Não sei de que forma. Mas o romantismo acabou. A mulher é vista de uma outra forma e as máquinas ajudam a quem não tem voz.

Ao encontrar hoje na Pracinha de Imbariê Rômulo Costa, o “paizão”, na humildade, sem máscara alguma, me aproximei dele e o parabenizei por sua trajetória .

Quem não quer ser feliz e respeitado na favela ou comunidade onde nasceu? Eu, por exemplo, moro em uma.

(araggao)


Cláudio Aragão

Escritor com mais de 15 livros publicados

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