Caxias Literal
Neste domingo tivemos um grande bate papo com Heraldo HB no encerramento da Festa Literária de Caxias, que aconteceu durante a Festa de Santo Antônio. A mediação ficou com Carlos Cahé, do Fórum Cultural da Baixada Fluminense e pude ajudar a compor essa mesa tão eclética. HB começou falando de seus livros “Engenharia de Aviãozinho” e “10 Anos Mate com Angu”, que ajudou a organizar.
Falou de sua experiência de vida, de literatura, de caxiense. Fiquei apavorado com as história – que já estou careca de saber – mas no discurso de nosso parceiro construíram um tom de nostalgia, que na verdade começou na última sexta à noite, quando tivemos o prazer de ver ao palco da Feira de Caxias, novamente, um dos maiores expoentes do Rock Baixada, a banda Ocaso.
Cahé comentou sobre o festival de rock que ajudou a produzir, “O Dia da Criação”. Nem todo mundo sabe, mas esse festival que aconteceu em 1972, em plena ditadura, foi o terceiro festival de rock do planeta. Ou seja, antes de Caxias, apenas Woodstock e mais um passaram por essa experiência. Inacreditável. Continuei a construção do argumento falando dos livros que participei como autor: “5X favela Agora Por Nós Mesmos” e “Pelas Periferias do Brasil, Volume 3”.
Citamos bandas como Sol do Sul e outras que contribuíram com nossa formação artística. Música, poesia, cinema – ou a falta dele. Situações que desde os anos 1980 nos ajudaram a construir essa história tão miscigenada. Lembro que tocava numa banda de rock, mas a falta de acesso aos aparelhos culturais, que poderiam ser um grande problema, na ocasião, acabaram contribuindo para meu convívio com grupos de reggae, hip hop e samba.
A plateia também somou nessa voz, trazendo à mesa temas como era digital. Como conviver com o longo caminho até uma publicação de um livro em papel com capa bacana, ilustrações, e ao mesmo tempo perambular pelos espaços virtuais com assuntos muitas vezes tão urgentes que não suportariam esse processo – lento – até as prateleiras das livrarias.
Mas os autores têm alternativas, que não inviabilizam o caminho tradicional, muito pelo contrário, mas somam nesse leque de possibilidades, como a impressão por demanda, etc. Finalmente terminamos o bate papo com um belo sarau. E a certeza que a literatura de Caxias bebe muito na fonte da música… do cinema… do teatro…