2ª Jornada Antonio Negri
Filosofia é a arte de dar forma, inventar e fabricar conceitos. Em meados do século XIX, Karl Marx, um cara esperto e estudioso, percebeu que todo o sistema econômico, político e social que predominou durante séculos na europa estava em ruinas e uma nova forma de organizar o tempo, o espaço e as pessoas começava diante de seus olhos. Camponeses expulsos dos campos em direção as cidades, fábricas proliferando, exploração dos trabalhadores, meios de produção na mão de um grupo pequeno de pessoas . Marx sacou que toda essa exploração ia dar merda. Ele bolou uma forma de fazer uma leitura da realidade e construiu alguns conceitos para tal. Luta de classes, proletariado, burguesia, mais-valia e outros. Essas idéias foram a base de toda a geopolitica do século XX. Beleza. Valeu Marx! Estamos hoje no inicio do século XXI e não dá mais para usar os conceitos de Marx, tal como elaborou a quase 200 anos atrás. Estamos em outras águas, com novas e antigas questões. Telecomunicações, informática, trabalho imaterial, biopolítica, sociedade em rede, produção flexível, mídia, pós-modernidade. Que conceitos de filosofia politica são mais adequados para entendermos e atuar/transformar a realidade?
Um cara que está bombando nesse debate é Antônio Negri, filósofo marxista de linha autonomista e com intensa atividade política ao longo de sua trajetória, principalmente nas décadas de 60, 70 e 80. Antonio Negri e Michaell Hardt escreveram “Império” e depois “Multidão”, onde analizam a geopolítica mundial e a novas formas de organização, exploração e espoliação. Também apontam algumas possibilidades de enfrentamento e construção de uma outra realidade. Essas resistências e alternativas não são meras abstrações filosóficas, elas existem de forma concretas nos diversos rearanjos produzidos nos territórios, onde novas formas de existir são gestadas, onde o centro das relações não é o dinheiro, mas as pessoas e o prazer de estarem juntas. A obra deles é importante para entender o mundo contemporâneo. Destaco apenas dois conceitos: Multidão e Comum. Uma definição simples de Multidão pode ser descrita como agenciamento de singularidades cooperantes, ou seja, pessoas que se juntam para fazer coisas juntas e sentem prazer nisso. Não tenha dúvida! Isso vai mudar o mundo. O comum pode ser definido como uma propriedade que é dos sujeitos ativos naquele setor, que o administram sem passar pelo Estado ou pela propriedade privada. Encontramos o comum no reconhecimento com o outro, no desenvolvimento da relação estabelecida entre nós, na descoberta de nossas afinidades e, portanto, está fundamentalmente articulado com o movimento e a articulação das singularidades.
Moral da história: o ser humano gosta de ficar junto, respirar junto, conspirar junto. Isso é a base para a reinvenção do cotidiano, de novos valores e de alternativas para esse mundo que não nos serve mais. Além do mais, é uma ótima desculpa para a gente se ver e beber cerveja!!
Esse evento na PUC-RJ só fará sentido se os movimentos das periferias, seus agentes culturais, os protagonistas das transformações atuais na sociedade participarem. Frase de um dos organizadores do evento.
Então galera…
Vou apresentar uma comunicação nesse evento, dia 13/06, das 17hs as 19hs.
Quem tiver oportunidade dá uma passada lá. O evento está bem legal e a galera da baixada é fundamental para que a discussão fique boa.
É nois