Show homenageia o violonista Kim, pérola do samba e da Cultura popular
Nesta sexta-feira, 09/09, vai rolar um evento que promete música e emoção em medidas generosas, verdadeiro brinde à Arte, principalmente a feita em Caxias.
Como forma de marcar a reinauguração do teatro Armando Mello, no centro da cidade, haverá um show em homenagem ao Kim, músico que é uma verdadeira fortaleza da cultura popular, sobretudo do samba.
É a estreia do projeto Homenagem ao Artista e que não poderia começar melhor. Ao lado de gente como Ica, Seu Piedade, entre outros, Kim representa uma história do samba que ainda não foi contada nos livros oficiais sobre o assunto, trazendo Seu Hélio Cabral, Cartolinhas de Caxias, Rolo Compressor, União do Centenário, Bloco do China, Unidos da Vila São Luis… Histórias que aos poucos vão ressurgindo para o grande público, principalmente para gerações mais novas.
E Kim, além de ser violonista com alma nos dedos, é um verdadeiro mestre no trato e no conhecimento acumulado em mais de 60 anos de música.
Volta e meia encontro com ele por perto de casa, em um dos botecos de nossa cidade, e é sempre uma aula e uma alegria partilhar de sua presença. É como sentir a vibração milenar da herança banto, da velha e mítica Aruanda, iluminando com força esses caminhos vigorosos da cultura brasileira.
No show de hoje, o time de músicos vai garantir um belo espetáculo, certamente; além de canjas de outros bambas da cidade.
Abaixo desse texto está colado o release oficial do evento, escrito pelo amigo Josué Cardoso, que dá bem uma ideia da história e da importância do artista.
E dindindin lá vai viola…
O violonista Kim completa 63 anos de carreira
Completamente reformado, o Teatro Municipal Armando Melo-TEMAM, de Duque de Caxias, inaugura no próximo dia 9, às 19h, o projeto Sexta Especial – Homenagem ao Artista de Duque de Caxias. Para a estréia, foi convidado o violonista Joaquim Bernardo da Costa, o Kim, que está completando 63 anos de carreira. O músico, trabalhou nas rádios Nacional e Tupi entre as décadas de 40 e 50, acompanhando artistas como Ângela Maria, Ademilde Fonseca, Emilinha Borba, Gilberto Alves, Marlene e Nelson Gonçalves, entre tantos outros. A entrada é franca e o Teatro funciona na Rua Frei Fidélis s/nº, no Shopping Center de Duque de Caxias. O telefone do teatro é 2671-3056.
Os cantores e músicos convidados para homenagear o veterano instrumentista são André Vianna, Beto do Cavaco, Beto Gaspari, Bira da Vila, Braguinha, Canthídio, Chiquinho Maciel, Dagô, Denilson do Cavaco, Hugo do Araruama, Iris de Paula e Vidigal, com apresentação de Gelson Costa. No acompanhamento, o grupo Amigos do Samba: Índio (cavaco), Jorginho (vocal), Luizinho (surdo), Neizinho (tantan), Nilton (pandeiro), Tatão (reco-reco), Tizil (violão) e Zé Antonio (tamborim). O show tem direção de Carlos Lima e assistência de Guedes Ferraz e Josué Cardoso.
Kim tem toda uma vida dedicada à música. Nascido em Cascadura (RJ). Mudou-se para Duque de Caxias aos 21 anos de idade. O seu envolvimento com a música começou alguns anos antes, como pandeirista, passando depois para o violão, participando de rodas de seresta e de samba de raiz, em companhia de nomes como Marcos da Conceição, Walter Zacarias, Mário Papagaio, Padeirinho (que morava em Madureira) e Moacir, do Irajá. Com essa “turma”, fundou em Caxias na década de 50, o bloco Império do Bananal, que depois virou Império do Gramacho, e depois o grupo Amigos do Samba, atuando profissionalmente nas noites da Baixada Fluminense e cidades vizinhas. Seu registro na Ordem dos Músicos do Brasil tem o número 28.
Kim viveu momentos de glória, entre 1948 e 1952, ao integrar a equipe de músicos das rádios Nacional e Tupi. Fundou e presidiu a Associação Carnavalesca de Duque de Caxias, a ACDUC, onde exerceu “uns quatro mandatos”, segundo ele. Aos 81 anos de idade, Kim ainda está na ativa e não perde uma boa seresta ou roda de samba. “Não entrei na música por dinheiro, toco porque me dá prazer”, diz.