A rua mais larga
No tempo que a Vila São José era uma Vila, com casas padrões, proibição de fazer varandas e uma administração, a rua 5 era a rua mais larga da Vila. Era pequena. Rua central da Vila. Nela, Dr. Tenório exibia filmes pra garotada. Nela se localizava sede do glorioso campeão municipal de Duque de Caxias em 1973 Fundação São José E.C. A tendinha do seu “Bororó” com a primeira televisão da Vila, onde a gente, comportado, via o Tele Catch e o Jim das Selvas e o Perdidos no espaço. E comprava balas Juquinha e Imbaré e pirulito Zorro que era pro Seu Bororó não reclamar…Em frente a casa do Fotógrafo da Vila, Sr.Carlinhos e Dona Leda e os filhos Carlinhos “pão-preto” e Lia. Dona Zefa e Seu Antônio mais em cima. Mas abaixo a família de Xexeu e Dona Nininha…Silvinho…Silvana, Odaléa, Ana, Zezinho, Carlinhos, Lilica, Wilson…quase em frente, Seu Ivanildo, Dona Zefa, Vera, Albinha… que casou com Paulo Roberto, craque da bola.
Na rua 5, esquina com Delgado de Carvalho, nossa igrejinha do inesquecível Padre Luciano. Olhos azuis que a mulherada atentava…Também ali a família de Dona Nicinha. Vanda, Gilvan Naldo, Ivan Russo… Brito, o mais velho. Faziam parte do futebol da Vila e das festas. A rua 5 formou um dos melhores times de futebol da Vila, o Botafoguinho, ou Juventus. Encontros e namoros, alguns casamentos se perpetuaram…Vanda, por exemplo, se casou com Cici, um dos craques da Vila, lateral direito. Amigo tranquilo, trabalhador…”Oi Tonho!” ” Oi, Cici…” assim a gente seguia sendo exemplo pra garotada… representando um bom passado da nossa Vila histórica… de sangue nobre.
Dez minutos atrás fui comprar frutas no “Velho” e no Neca (outro craque do passado) e ao voltar fui parado por Cesar “Grelha”, irmão do meu ex-goleiro, saudoso Paulo “Maluco” que freou a bicicleta centímetros de mim, na rua 5.
– Tonho! Tonho! Sabe quem acabou de partir? Cici! Tá tudo confuso…
Fizemos um minuto de silêncio. Depois nos despedimos.
A mais larga rua da Vila São José está ficando cada vez mais apertada… E como dói.
(C.A)
