Slam BXD e Terração do Sol sem Dó – último rolê do ano
2018 foi um ano intenso, cheio de surpresas e conquistas. Fiz muitos rolés pela periferia, mas nem todos eu tinha como filmar, alguns até filmei, porém não tive tempo de editar e postar. Nesse último fim de semana fui filmar dois eventos maravilhosos que ocorrem em Duque de Caxias, eu diria que em tempos duvidosos esses eventos são de resistência.
O Slam BXD, que em Janeiro de 2019 completará 1 ano de resistência já teve bons frutos, a poetisa Maria Eduarda chegou até a final do Slam RJ. O encontro rola pelo menos uma vez por mês na praça do Pacificador em frente ao Teatro Raul Cortez.
Cada poesia falada é um tapa na cara do sistema
É um grito de liberdade
É a exposição de um problema
E, diria mais: É TRANSFORMADOR.
Não tem como não escutar cada história sem imaginar as cenas e a dor.
Como não se emocionar ao ver as expressões no ar.
Gabriel dos Santos conhecido também na cena do hip hop como Mc Mauí tem 17 anos e é morador de Piabetá. Ele faz parte do Pureza Rap e é e um dos organizadores do primeiro Slam na Baixada Fluminense e conversou comigo sobre a importância do encontros como esse:
Mauí – De 2017 pra cá o Rio de Janeiro teve uma quantidade de Slans muito grande e não chegou nenhum da Baixada e eu tinha dificuldades de participar dos Slans até q eu falei: “eu vou fazer um Slam próximo que eu possa ir e outras pessoas consigam também”. Então eu fiz em Duque de Caxias, local que tem ônibus para todos os lugares da Baixada Fluminense. Fiz em um sábado a tarde para que o máximo de pessoas possíveis que tivessem de folga e fossem de lugares distantes pudessem vir para que pudêssemos ter uma união, porque se o Slam é o primeiro da Baixada ele tinha que atender o máximo de pessoas do local.
Ele ressalta os bons frutos que o Slam proporcionou até aqui:
Mauí – Eu tive frutos maiores que eu imaginava, o Slam não é por mim e nunca foi, mas eu fico orgulhoso de de fazer parte de uma coisa que não descobriu, mas fez com que pessoas se descobrissem poetas.
A gente tem um público muito diversificado, raramente um público repete e isso é muito bom, pois todo mundo tem uma experiência muito marcante e não fica pasteurizado o conteúdo.
Ele finaliza sua fala lembrando dos poetas da casa:
Mauí – A Preta Lírica e o Nunes alcançaram coisas incríveis e que graças a este espaço de troca e de fala que é acolhedor e abraça a todas as pessoas e tem como filosofia principal “amar sem fronteiras e sem restrições”.
Depois desse bate-papo maravilhoso fui arrastada pelo Vitor do programa de TV Vem pra Baixada e pela cineasta Sassa (sobre a Sassa, ano que vem farei uma matéria falando mais sobre ela) para o TerrAção, evento da Companhia Artística Sol sem Dó. Um lugar de troca e de muita energia cultural. Fiquei pouco no TerrAção, mas o suficiente para entender sobre o quanto é bom se aventurar, sair das regras que a vida impõe e deixar um pouco a rotina de lado. Devo essa aventura aos loucos do audiovisual que ocupam a BXD e estão por todos os lados.
O Sarau de fertilização de ideias e ações começou com a apresentação linda da Atriz e Cantora Fernanda Albuquerque e como o universo conspira na hora da fala da gravadíssima Letícia Lisboa soltaram fogos para a confirmação de toda a energia boa que emanava dela, da Laura (filha que ela carrega) e de todo o local.
Quer ver um pouco do Slam ou dos fogos mágicos que soltaram na hora do TerrAção? Então clica AQUI para ver o vídeo com essas cenas. Aproveita e se inscreve no canal DIÁRIO DA PERIFÉRICA LU BRASIL que em 2019 ele vem com novidades que há anos estão guardadas comigo.
Gostaria de finalizar o meu último Rolé do ano em um evento de graffiti que rolava na Vila Operária, mas já estava tarde e sem pique, sem bateria voltei para casa com o seguinte pensamento: “2019 será osso, mas tem muita gente da correria que vai para o fronte de batalha com muita música, dança, palhaçaria, cinema, teatro e ocupações diversas. VIVA A CULTURA DA PERIFERIA.
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