Uma amiga, jovem e sedenta por um Brasil mais justo, me perguntou a diferença entre esquerda e direita. Não é tão difícil explicar:
Estado atuando na economia, equilibrando as ações e promovendo desenvolvimento é esquerda, Estado mínimo é direita.
Lutas coletivas, a busca do bem estar do conjunto dos cidadãos e a busca da igualdade de oportunidades, são ações de esquerda. A ação individual, umbiguista, a mentalidade do “cada um por si e Deus contra todos”, são coisas da direita.
A distribuição de riquezas via valorização do trabalho, melhores salários e direitos trabalhistas, proteção aos trabalhadores com políticas sociais implementadas pelo Estado, são teses de esquerda. Maximização dos lucros e minimização dos investimentos nos trabalhadores, que produzem as riquezas, e consequente achatamento salarial, é de direita.
A busca do equilíbrio social, a diminuição do abismo financeiro entre quem investe e quem trabalha e a luta pelo desenvolvimento econômico, humano e social para o conjunto da sociedade, da maneira mais fraternal possível, é de esquerda. O acúmulo de riquezas nas mãos de poucos e a exploração do trabalho humano para o atingimento cada vez mais absoluto dessa concentração de recursos nas mãos de poucos, é coisa da direita.
Por fim, saúde e educação pública, respeito as minorias, fraternidade, solidariedade e compromisso coletivo, é coisa de esquerda. Privatização das estruturas públicas, inclusive saúde e educação, colocar o Estado e os recursos públicos a serviço do mercado, individualismo excessivo, perseguição as minorias e preconceito contra quem pensa diferente, isso é extremamente de direita.
A luta pelos direitos de todos é de esquerda. A defesa do privilégio de poucos, é de direita.
Simples assim.
Mais do que um ou outro partido, existem vários, de esquerda e de direita, o pensamento esquerdista é acima de tudo um posicionamento filosófico. E isso vem, de certa forma, desde a revolução francesa: Liberté, Egalité, Fraternité.
Já o pensamento direitista clássico deriva de certos aspectos da revolução industrial inglesa, principalmente do conceito que estabelece o lucro de poucos acima de tudo, inclusive da vida e da dignidade humana.
Por esse conjunto de motivos, sou de esquerda, expliquei a minha jovem amiga…

Vicente Portella

Nascido em Duque de Caxias, é escritor, compositor e poeta. E tricolor.

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