O ano em que tudo parou – um comentário sobre o MoF, na Vila Operária
O MOF (Meeting of Favela) é realizado uma vez por ano na Baixada Fluminense, no mês de dezembro, sempre no mesmo local, na comunidade da Vila Operária em Duque de Caxias. Tendo como finalidade proporcionar para os moradores um espetáculo de cores, criando incentivo para crianças e jovens que admiram a arte do graffiti. Este seria o décimo quarto MOF.
Ano passado o tema foi “No Morro não tem play”. Esse é o maior encontro voluntário de arte urbana do mundo. Participam artistas de quase todos os continentes, para pintar voluntariamente as paredes da comunidade, que se tornou uma grande galeria a céu aberto. O foco é o grafite, mas o MOF reúne ainda apresentações de B-boys, MCs, DJs, skatistas, atores de teatro e circo, videomakers, fotógrafos e o SLAM. Com o tema do ano passado, o evento “No Morro não tem play”, fez referência a uma crítica social de dúbio sentido, no morro não tem playground, então o favelado tem que se subverter mais uma vez e criar seu play em suas ruas, suas praças que é onde as crianças crescem e se desenvolvem, e nesse ambiente que foram surgindo os MCs, os poetas e toda uma gama de talentosos jovens.
O encontro também gera renda para os moradores, que prestam serviços, hospedam visitantes e vende m produtos. Alguns deles, inclusive, já fazem parte da equipe de produção do evento e colaboram para a realização do projeto. Por tudo isso, o MOF acabou se tornando parte do calendário afetivo da Vila Operária.