FÁBRICA UNIÃO MANUFATORA DE TECIDOS DE DUQUE DE CAXIAS: BRÁSPEROLA

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No local onde está instalada o Atacadão Assaí, na Avenida Governador Leonel de Mora Brizola (antiga Presidente Kennedy) existia a Fábrica União Manufatora de Tecidos de Duque de Caxias. Criada em 1946, três anos após a emancipação da cidade, instalou-se inicialmente no Corte 7, ao pé do “Morro das Cabras”, próximo ao cemitério de Nossa Senhora de Belém – Cemitério do Corte 8. Em 1949, transferiu-se para a área que seria ocupada até a primeira década dos anos 2.000.

Ela era interligada às do Espírito Santo, Pernambuco e Amazonas. Oferecia cursos de treinamento, passo importante para a ascensão profissional dentro da fábrica; e serviços que atendiam aos funcionários e suas famílias tais como: assistência social, médicos, enfermagem, odontologia, creches e outros.

Em 1962, favorecida pela política, substituíram seus teares tradicionais por mais modernos, produzidos na Inglaterra, sem lançadeiras. Entre 1966 e 1971 adquiriram equipamentos de origem americana e aumentou sua produção. Em 1973, inaugurou uma unidade interna dedicada à produção de sacos plásticos, beneficiadas pela produção de propileno da REDUC, passando a funcionar em três turnos.

No seu auge, na década de 1970, chegou a contar com 2.000 trabalhadores e, para integrá-los e mantê-los sob controle fora dos horários de trabalho, incentivava práticas esportivas e atividades sociais. Realizava bailes, promovia festas e bailes dançantes e participava da Liga de Desportos de Duque de Caxias. Com seu time de futebol amador participava de campeonatos e enfrentava clubes de outras cidades. Nas décadas de 1980 e 1990 não acompanhou as mudanças tecnológicas, agonizou e faliu. Seu prédio suntuoso e todas as suas instalações foram abandonadas. Muitos dos antigos funcionários ainda aguardam suas indenizações.

Sendo a maior fábrica de linho das Américas tornou-se uma grande exportadora de tecidos para a Itália, França, Japão, Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Chile. Sua produção também abastecia várias regiões do Brasil sendo consumida por pessoas mais abastadas de várias cidades brasileiras.

Em 2006, a Secretaria Municipal de Cultura de Duque de Caxias elaborou o projeto “Usina da Cultura” e pretendia desapropriar a área da fábrica, agora abandonada, para transformá-la num Pólo Cultural e ponto inicial do trajeto da “Estrada Real de Caxias”. Em 2007, a Conferência Municipal de Cultura deliberou sobre o seu Tombamento Histórico e, em uma sessão extraordinária do Conselho Municipal de Cultura, iniciou os estudos para o seu dossiê.

Antecipando-se à ação de tombamento o prédio principal foi demolido e, posteriormente, seu terreno foi vendido ao Mercado Atacadista Assaí. De suas antigas instalações restou somente o grande reservatório de água. Do alto do morro ele assiste às transformações ocorridas de seu entorno.

FONTE

Jornal Folha da Cidade. Duque de Caxias: ano XX. 22.12.1973. n 47.

Pedaços de Nossa História. In: O Municipal. Duque de Caxias. 9 a 16 de setembro de 2005.

LACERDA. Stélio. A Fábrica de Tecidos “Corte Oito”. In: Revista Pilares da História. Duque de Caxias e Baixada Fluminense. Ano 09. Número 10. Ano 2010

 


Alexandre dos Santos Marques é Professor de História e Presidente da Associação de Professores de História ( APPH-Clio)


Alexandre Marques

Alexandre Marques é professor de História. Contato: alxmarques@ig.com.br

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