Tudo igual, quase sempre (a cidade que não muda)
Semana passada, ao revisitar uma pasta de foto antigas contendo cliques que fiz há mais de uma década fiquei pensativo e um pouco incomodado por constatar a estagnação social e de desenvolvimento de minha cidade. Quando comparo os mesmos cenários de outrora com os dos dias atuais, através das fotos, é incontestável: nada mudou significativamente para melhor por aqui, só para pior. Porém, talvez por estarmos absortos nesse cataclismo o achamos normal, aceitável. Apáticos perceptivamente, seguimos apenas buscando como nos adequarmos ao “status quo”.
Ou então reclamamos infinitamente, enquanto procuramos por culpados.
Achei muitas fotos legais daquele período. Foi uma época quando portar uma câmera num grande centro urbano brasileiro era um pouco mais seguro que atualmente. Eu tinha, também, mais tempo livre e estava sempre presente na região. Isso me permitia capturar quase diariamente o cotidiano de minha cidade – seus contrastes e sutilizas. Fazia por prazer ou lazer, mas também como atividade paralela à minha atuação profissional. Hoje, resisto em sentir alguma nostalgia se revejo esses arquivos de imagens. Até porque, como disse acima, quase nada mudou por aqui.
Então, torna-se impossível sentir saudade daquilo que é sempre o mesmo.
Porém, se deixo de lado essas questões políticas, sociais, morais, filosóficas, etc e desligo meu pensamento crítico consigo lançar olhares apenas artísticos, documentais ou de memória sobre o conteúdo daquele período. Foi dessa forma que selecionei as seis fotos abaixo, além da que abre a postagem, para ilustrar a ideia do artigo (elas que falem – por si e por mim!). Apesar de parecerem registros atuais, estes instantâneos são de momentos capturados entre 2006 e 2008, com uma câmera de mão.
Todas as fotos, exceto a última (Dimage S304 Minolta): Camedia D595 Olympus camera