O primeiro Edifício Garagem de Duque de Caxias

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O primeiro Edifício Garagem de Duque de Caxias que viraria um prédio fantasma e assombraria o município por décadas. Em demolição. Qual gramachense não o conhece? Quem? Quando? Onde? História do Gramacho e Arredores.

Atualmente
Qual gramachense ou morador dos bairros arredores não conhece o grande imóvel, que se tornou um trombolho de concreto de quase dez andares. O prédio está há aproximadamente cinco décadas no Centro de Duque de Caxias, no entorno do antigo Shopping Center, do Restaurante Popular e da quadra da Escola de Samba Grande Rio.
O imóvel foi desapropriado pela Prefeitura Municipal de Duque de Caxias – em setembro/25 entrou na fase final de demolição – que anuncia a construção de uma creche e uma Casa da Família, dentro do programa de revitalização daquela parte do Centro duquecaxiense.
Imóvel abandonado por conta de interdição e demandas judiciais. Mas, como prédio abandonado, diz-se, nunca esteve totalmente abandonado. De forma irregular, houve quem ocupasse partes de suas dependências com veículos e as lojas.
Histórico
Há declarações de contemporâneos de que o empreendimento, pioneiro nessa área, foi lançado com o nome de “Edifício Garagem Jair Alves”. Também dizem que o nome que permanece atualmente é “Edífício Zodíaco”. Ele foi construído na década de 70, aproveitando a onda do lançamento do antigo Shopping Center no Centro com sua rodoviária. E boatos de uma futura rodoviária interestadual. Tudo indicava que haveria uma grande demanda para estacionamento de veículos, daí a ideia de se construir o primeiro Edifício-Garagem na cidade.
E foi, seguindo essa previsão otimista, que o empresário do ramo do ensino, o professor Jair Alves – fundador e proprietário do Educandário Cruzeiro do Sul, do Externato Cruzeiro do Sul e do Instituto Cruzeiro do Sul – teria sido convencido a abraçar o projeto e a investir uma soma considerável na construção do enorme Edifício-Garagem.
Erros, caos e interdição
Consta que a construção ficou a cargo da empresa carioca Cocibra. Para grande azar do investidor, depois do prédio concluído, houve denúncias de que devido à instabilidade do solo (em sua origem, um manguezal), o gigantismo da obra e a erros de cálculo estrutural e fundações insuficientes, o prédio corria alto risco de cair se fosse totalmente ocupado por veículos (média de 500 kg cada). Depois de concluído, o poder público não quis arriscar: o prédio foi interditado, não chegando a funcionar legalmente. Prejuízo total, irreversível, para quem o construiu.
Consequências
Bem, o prédio estava lá, de pé, há meio século, porém praticamente vazio. Mas, não se sabe o que aconteceria se tivesse que suportar todo o peso projetado. O certo é que se tivesse funcionando regularmente, como deveria, teria sido um reforço para a vida comercial do Centro.
Alguns professores e alunos que o conheceram, são de opinião que i imenso investimento feito e perdido pelo Professor Jair Alves no Edifício Garagem abalou as finanças do grupo, impactando as três unidades educacionais, que já sofriam com a concorrência da crescente rede pública de ensino e novos estabelecimentos de ensino com recursos mais modernos (GPI, Alfa, Flama etc.). A confirmar.
Tudo são conjecturas e leituras de pessoas próximas, difícil aferir a precisão. Mas, o fato é que, também a partir da década de 70, a rede Cruzeiro do Sul entrou em um processo de decadência, dificuldades financeiras e, em colapso, seus três estabelecimentos foram, infelizmente, fechando um a um, tornando-se capítulos do passado glorioso da História da Educação do município.
A demolição
Como era de se esperar, nesses casos há batalhas judiciais para definir responsabilidades e quem vai arcar com os imensos custos financeiros. Essa questão impediu, certamente, a demolição do Edifício-Garagem por anos.
Em muitos casos, após tempos excessivos sem vislumbres de resolução e para salvaguardar o interesse da comunidade, o poder publico toma a iniciativa e age ele próprio, superando impasses.
Assim sendo, o imóvel foi desapropriado pela Prefeitura Municipal de Duque de Caxias – em setembro/25 entrou na fase final de demolição – que anuncia a construção de uma creche e uma Casa da Família no o local desocupado, dentro do programa de revitalização daquela parte do Centro duquecaxiense.
Créditos:
Pesquisa e texto: jornalista Roberto Aires;
Foto: Sergio Santos, publicada em comentário na Página “D de Caxias, Cidade Saudade”, em postagem de Gilberto Gomes, de 28.04.24;
Direitos autorais protegidos pela Lei 9610/98. Autorizada a reprodução, desde que citados o Autor e a fonte.


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