Caxias também faz parte do Gigante

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 Hoje ao chegar à Praça Roberto Silveira escutei um coro vindo do Viaduto de Duque de Caxias continuei andando e meus passos foram afogados pelo mar de gente gritando: “Ohhh Caxias acordou, Caxias acordou…” Tive que surfar nesta onda de energia, coragem e determinação, pena que o meu celular não filma com boa qualidade, mas o que vi guardarei para sempre em minha memória.

Óbvio que não é apenas pelos 0,20 centavos, afinal parte da passagem hoje pela manhã fora reduzida, então por que o povo manteve o manifesto? Simples, são os nossos baixos salários contra os exorbitantes salários dos políticos, são as péssimas condições dos transportes públicos… Espera! Eu escrevi público? Mas como se eu, você, nossa nação paga e paga muito caro por ele? Não dá para entender! Ou melhor, entendo sim e fui para as ruas protestar porque entendi que precisamos lutar e fazer deste momento algo único para que o poder público tenha a consciência que somos mais que eleitores, nós somos uma frente forte.E por falar nele (o protesto), já em frente à Câmara Municipal de Duque de Caxias, pessoas más intencionadas começaram a soltar bombas. Mas, a massa reagiu vaiando e gritando “violência não”, neste momento como em um passe de mágica as luzes do Viaduto foram apagadas, bem como as da Av. Brigadeiro Lima e Silva e mais uma vez a massa reagiu com vaias. Cantamos o Hino Nacional e seguimos então pela Rua Marechal Deodoro, mas antes de adentrarmos por ela um pequeno grupo correu em direção ao Shopping Unigranrio para fazer assuada, embora não tenha percebido nenhuma arma com eles, ainda assim foi tenso. Por sorte antes deste acontecimento o cineastra Igor Barradas me encontrou e me acolheu à sua companhia.Já perto do Clube dos 500 as coisas ficaram mais tensas, mas o povo estava unido para que o pequeno grupo não atrapalhasse a passeata e quando os policiais apareciam o povo aplaudia e gritava e principalmente quando eles pegavam os arruaceiros. Infelizmente as bombas continuaram e senti arder o nariz com o cheiro do gás lacrimogêneo, mas a minha vontade de continuar ardia muito mais. Paramos e algumas pessoas sentaram para tentar manter a paz em seguida continuamos a caminhada gritando: “vemmmm, vem pra rua vem”, a galera dos prédios acenava e piscava as luzes dos apartamentos como quem responde “estamos com vocês”. Lindo de ver.Infelizmente ao chegarmos à Praça Humaitá mais conhecida como 25 de Agosto, o grupo dispersou e muitos voltaram para o centro de Caxias. Confesso que isto me causou certo desapontamento, pois esperava que o grupo continuasse fortalecido e caminhasse para a Av. Washington Luiz, mas isso não ocorreu.

Um estudante  militante por um PRESENTE melhor que organizou um dos   atos contra o valor abusivo das passagens”, com muita garra tentou manter o grupo unido sobre protestos das pessoas que não queriam mais continuar a caminhada, mas outro grupo o seguiu rumo ao Centro de Caxias.
Marcio Bertoni do Buraco Cavernoso, o cineastra e ativista cultural Heraldo HB do Cine Clube Mate com Angu e Arthur William Jornalista Multimídia e professor no Núcleo Piratininga de Comunicação , marcaram presença na manifestação.

Infelizmente lojas foram saqueadas, bares tiveram suas portas arrancadas, mas era visível que os verdadeiros manifestantes estavam determinados em manter a ordem sem violência. Acredito que agora é a hora de não perdermos o foco, pois o Gigante acordou e não pode engolir nenhum “ansiolítico político”, pois ainda temos uma caminhada longa pela frente e não podemos dormir no ponto e perdermos a hora de acontecer e fazer história, pois Duque de Caxias também faz parte deste Gigante.

Manifestação em Caxias - por Lu Brasil
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