Pra ajudar a entender em que pé está a política pública de Cultura em Caxias

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A Secretaria de Cultura de Caxias está chamando a sociedade hoje para uma prestação de contas da pasta dessa gestão que se fecha no final do ano. Será no Raul Cortez e gostaria de apontar duas observações sobre o evento que dizem muito sobre como é e como deverá ser (ou continuar sendo) a luta pela política cultural na cidade.

O primeiro ponto que saliento é como é diferente o trato com a parada da Cultura quando não se é preso apenas aos calendários das disputas eleitorais e suas tradicionais cotendas por cargos. No caso dos atuais secretário e sub, André e Beto, em um ano de gestão ficou evidente o diferencial na ação de quem é militante da causa e não o padrão que sempre rola de estrangeiros ou aventureiros de plantão na pasta.

Um bom exemplo: a eleição já acabou há um tempo e ainda assim a galera que está lá tem ido todo dia trabalhar na organização do acervo da secretaria, digitalizando coisas, nomeando, organizando em pastas, catalogando arquivos, buscando terminar um trampo que começou há um ano. Já até escrevi sobre uma das frentes que pude testemunhar um dia que estive lá. [ http://lurdinha.org/site/5995-2 ]

Vi, ninguém me contou, em diversas transições de governo muitos materiais da história da Arte e Cultura da cidade sendo levados, privatizados, “sumidos” ou simplesmente jogados no lixo. Por isso acho importante fazer esse registro.

O segundo ponto é que hoje vai ser apresentado de uma forma mais explicada em que pé está o campo institucional da política pública de Cultura da cidade, que vem sendo construída por centenas de agentes culturais nos últimos anos. Em alguns desses pontos Caxias se encontra na frente em relação a praticamente todas as cidades do Rio, uma luta que envolve méritos da dupla que está saindo, mas principalmente de muitos guerreiros que compõem o Conselho de Cultura e ativistas que a duas penas vem dando contribuições.

Vale saber, por exemplo, que o Fundo Municipal de Cultura está aprovado e hoje tem CNPJ próprio e uns quase duzentos mil em caixa. E até uma proposta de edital pra uso dessa grana que parece estar sendo apreciada pela Procuradoria do município (detalhes saberemos hoje).

Fiz essa pontuação também porque há um clima de incertezas generalizadas em relação ao ano que vem. Se até mesmo quem será o prefeito está indefinido, imagina uma pasta como a Cultura, a última a ser considerada sempre…

Andei esse ano afastadão desse campo, mas continuo acreditando que precisamos dar o passo de consolidar uma política pública de Cultura que evite, ou ao menos nos sirva de instrumento de luta jurídica, contra a velha política de balcão que é o praxe com que os governantes da vez tratam a área.

E agora sabemos que existe um fundo regulamentado, com dinheiro em caixa, quais são as fontes que o alimentam – e que pode ser um dos instrumentos de financiamento de ações culturais importantes na cidade.

O anúncio do encontro de hoje também fala que serão tratados os assuntos sobre Lei de Tombamento e uso dos equipamentos culturais que existem.

DATA: 16 de Dezembro de 2016
HORÁRIO: 17 horas
LOCAL: Teatro Municipal Raul Cortez, Praça do Pacificador, s/nº, Centro, Duque de Caxias

 


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