100 anos de Gonzagão – alegrias e uma oportunidade perdida
“Ele saía por aí com uma indumentária, uma formação musical extraordinária, um power trio. Foi o Elvis Presley brasileiro” [Gilberto Gil sobre Luiz Gonzaga]
Enfim chegamos ao final do ano do centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, o Mestre Lua, com a sensação de que o nome e a obra do cara vão continuar se perpetuando no coração do povo brasileiro.
O ano já abriu com o enredo campeão do carnaval carioca, com a Unidos da Tijuca trazendo Paulo Barros e equipe inspiradíssimos. Depois foram festivais, especias de televisão, teatro, um longa-metragem bem sucedido comercialmente, coletâneas, releituras, homenagens em todos os cantos do país. Que, pra falar a verdade, sempre será pouco comparado à importância de Luiz pra construção louca que é a Cultura desse país. Mais do que tudo, Gonzaga foi um grande inventor e sacou na hora que o Brasil é uma coisa que vai se formando, se remixando e que parece não acabar nunca.
Mas com todas as homenagens feitas ao Rei do Baião, faltou Duque de Caxias nesse roteiro festivo, justamente a cidade onde uma parte considerável de sua família morou e mora até hoje, em Santa Cruz da Serra. Com Dona Chiquinha, Dona Muniz, irmãs, e Joquinha, sobrinho, organizando saraus, promovendo uma missa nordestina na Catedral, evento emocionante que devia ter o apoio incondicional do poder público. Não tem como negar que faltou Caxias promover também uma homenagem à altura pro hômi, o que é uma pena.
É isso. Eu, cujos primeiros registros impressos no ouvido são justamente Gonzaga e Jackson do Pandeiro pelas vozes de minha mãe e minha vó, fico feliz com o ano que termina agora. Apenas com essa observação meio magoada de que Caxias podia ter aproveitado essa oportunidade de se mostrar para o resto do país como um terra onde a Cultura tem uma força tão grande a ponto de caber famílias tão musicais com a de Luiz Gonzaga.
E é triste ver que por conta do desastre que foi a gestão que está terminando, Duque de Caxias só tenha voltado aos noticiários nacionais nos últimos anos mostrando a sua velha imagem de sempre, de abandono e violência.
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