Textão. Caos. Viação Albion (primeira e segunda foto) e Junel. Linha 104 Gramacho-Praça Mauá. Albion: sua garagem era no Corte Oito, perto do atual Assaí. Na década de 60, a empresa estava operando com o ponto final na Avenida Darcy Vargas próximo à então estrada Rio-Petrópolis – depois renomeada Presidente Kennedy, depois Governador Leonel de Moura Brizola. O Ponto Final era em frente ao prédio da Drogaria ao lado da loja lotérica (Ponto Final virou nome daquela parte do bairro). A população do Gramacho cresceu em progressão geométrica e a empresa não teve capacidade de atender à demanda com seus poucos veículos. As filas eram enormes nas manhãs, havia um sujeito para organizar e era uma confusão diária. Os ônibus, velhos, quentes (não havia ar condicionado), fedendo a óleo diesel, saíam superlotados. Para piorar, podia-se fumar, era um inferno! Um dia, década de 70, cheguei no ponto e havia um cadáver coberto com jornal: um passageiro brigou com o controlador da fila e levou um tiro fatal. As passagens tinham três preços, com tiquetes de cores diferentes: até Parada de Lucas, o menor valor; até o Iapetec (atual Hospital Geral de Bonsucesso), tarifa média; e na Praça Mauá, no Terminal Mariano Procópio (terceira foto) era o valor maior, cheio, caro. Não havia vale transporte, tudo saía do salário. Nem havia a Linha Vermelha, só a Avenida Brasil engarrafada. A volta era no Terminal Mariano Procópio, na Praça Mauá, com novas confusões também diárias no final da tarde. Esse Terminal depois foi desativado e transformado no belo Museu de Arte do Rio (MAR). A linha Gramacho depois passou para o Terminal Américo Fontenelle, ao lado da Central do Brasil. No início da década de 70, a Albion vendeu a linha de ônibus para a empresa Junel (quarta e última foto) que tinha o símbolo do Galo e fazia uma linha em Santa Cruz da Serra e o atendimento melhorou um pouco, mas depois passou a dar problemas. A empresa chegou a construir uma grande garagem na rua Vereador Thomé Siqueira Barreto (antiga rua Piraí), hoje um grande templo da Igreja Universal. No início da década de 80 (ou final da de 70, a conferir),a Reginas substituiu a Junel e depois a linha foi esticada do Gramacho para o Jardim Leal. E passou a se chamar Jardim Leal-Central.
Na década de 90, a Master assumiria prestando, enfim, bons serviços, passando depois a linha para a Limousine Carioca, atual prestadora de serviços, que manteve o ritmo, embora sem colocar ar condicionado em todos veículos da frota (algo que a Transportes Santo Antônio já faz há anos na linha Araruama-Gramacho). A Albion e a Junel sobrevivem em nossas memórias como símbolo do descaso do poder governamental com os transportes públicos da Baixada Fluminense. Muito melhorou, mas muito precisa melhorar ainda. Se tenho saudades da Albion e da Junel? Nem do terminal da Praça Mauá. Não, não sinto saudades de pesadelos…rs

Ônibus da empresa Junel, que atendia à linha Gramacho-Praça Mauá na década de 70. Avenida Brasil, Rio.
Ônibus da Transportes Albion, linha 104 Gramacho-Praça Mauá. Detalhe da pista de concreto da Avenida Presidente Kennedy, atual Governador Leonel de Moura Brizola.
Ônibus da Transportes Albion na linha Gramacho-Praça Mauá, ponte entre Duque de Caxias e Vigário Geral.
Terminal Mariano Procópio, na Praça Mauá, atual Museu de Arte do Rio, que atendia linhas de ônibus do Rio para a Baixada Fluminense.

Créditos fotos:
Foto 1, maior, página Duque de Caxias que passou;
Fotos 2, 3 e 4 – extraídas da Internet, acervo não identificado


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