hermeto-pascoal

“𝔸 𝕞ú𝕤𝕚𝕔𝕒 𝕟𝕒̃𝕠 𝕡𝕣𝕖𝕔𝕚𝕤𝕒 𝕤𝕖𝕣 𝕥𝕠𝕔𝕒𝕕𝕒 𝕖𝕞 𝕦𝕞 𝕚𝕟𝕤𝕥𝕣𝕦𝕞𝕖𝕟𝕥𝕠 𝕗𝕠𝕣𝕞𝕒𝕝 𝕡𝕒𝕣𝕒 𝕤𝕖𝕣 𝕞ú𝕤𝕚𝕔𝕒” – HP.

Vou dizer: eu gosto muitíssimo de Hermeto Pascoal. Eis aí uma das minhas boas qualidades. Dito isto, vou confessar um dos meus pecados mais graves: eu nunca vi Hermeto Pascoal ao vivo. Mas posso dizer algo que talvez me redima um pouco: eu praticamente acompanho a carreira do Bruxo – via TV, via disco – desde a raiz.

Me lembro que a primeira vez em que vi o Gênio, ele ainda não era reconhecido como tal, mas já dava o que falar como flautista do Quarteto Novo. Isto foi em 1966, durante o II Festival da MPB (TV Record), quando em companhia de Theo de Barros (viola), Heraldo do Monte (violão) e Ayrton Moreira (percussão)ajudou a dar a roupagem caipira, que levou Disparada (Theo e Vandré), interpretada por Jair Rodrigues e Trio Marayá, a dividir no primeiro prêmio com A Banda, de Chico Buarque.

Nos anos próximos o Quarteto Novo gravou dois LPs e se dissolveu. Só em 1970 fiquei sabendo notícias de Hermeto Pascoal: estava nos Estados Unidos, aonde já se achavam o percussionista Ayrton Moreira (com a cantora Flora Purim), Edu Lôbo, Olívia e Francis Hime, ]além da cantora Wanda Sá. Os três últimos participaram de um disco memorável do Edu, gravado nos States, no qual o Bruxo reaparece (pelo menos para mim) assinando arranjos e tocando piano.

Depois disso, foi aquilo que todo mundo sabe. Hermeto gravou dezenas de LPs e CDs, fez inúmeras temporadas aqui e mundo afora, deixou sua marca em diversos festivais de jazz e deu contribuição valiosíssima ao filme 𝕋𝕣𝕚𝕟𝕕𝕒𝕕𝕖 – 𝕔𝕦𝕣𝕥𝕠 𝕔𝕒𝕞𝕚𝕟𝕙𝕠 𝕝𝕠𝕟𝕘𝕠, de Tânia Quaresma e Luiz Keller. O documentário longa-metragem conta com a presença de diversos artistas do quilate de Joyce Moreno, Wagner Tiso, Egberto Gismonti, Marcos Resende, Nivaldo Ornelas, Waltel Branco e tantos outros. Mas é Hermeto Pascoal quem mostra verdadeiramente a que veio, percorrendo uma feira nordestina, tocando (muito!) e arrastando a galera com ele.

𝕋𝕣𝕚𝕟𝕕𝕒𝕕𝕖 rendeu um álbum duplo homônimo, lançado na estreia do filme, no antigo cinema Roxy, em Copacabana. Naquela noite, na condição de crítico de música e amigo do diretor desde a adolescência, eu pintei no pedaço. Vários dos participantes também pintaram. Menos Hermeto Pascoal, que estava levando a sua criatividade musical a algum outro canto do planeta.

PS – No primeiro comentário abaixo, deixo o endereço do filme 𝕋𝕣𝕚𝕟𝕕𝕒𝕕𝕖 – 𝕔𝕦𝕣𝕥𝕠 𝕔𝕒𝕞𝕚𝕟𝕙𝕠 𝕝𝕠𝕟𝕘𝕠, na integra. Vale a pena conferir.


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