Alguns dos meus 2,750 seguidores/amigos me perguntaram nas ruas da Vila São José histórica e de sangue azul. “E aí Poeta? Custou mas chegou.!” Se referiam á vitória inesquecível da Acadêmicos do Grande Rio. Tenho amigos lá. Ruan Paiva, Monica, Marisa “Furacão”, Marcelo da rua 5, Dudu do Pantanal…Gosto de vê-los felizes.
Cheguei em Duque de Caxias com 7 anos. Era apenas uma criança entrando com minha família na tão polêmica “Caxias dos matadores!” Das primeiras páginas do jornal O Dia. E eu cheguei pra rua 20 casa 8, na minha pequenina Vila São José. Justamente a 50 metros da chácara onde vivia o famoso Dr.Tenório Cavalcanti, Homem da Capa Preta.
À época tinha a Cartolinhas de Caxias famosa e de grandes compositores como Helio Cabral e a sua eterna “Benfeitores do Universo” regravado até por Zélia Duncan. Não sei porque mas nos anos 60 me apaixonei pelos temas afros de um revolucionário de nome Fernando Pamplona. Daí meu amor pelo Sangueiro. Até hoje.
Anos e anos depois, lembro do saudoso Wallace Soares falando no restaurante The Linx, de Ipanema, do tanto de dinheiro que ele estava gastando com a nova escola de Duque de Caxias, fruto da fusão de várias e que, segundo ele, sería a grande Escola do Rio de Janeiro. Grande Rio. Acadêmicos do Grande Rio. Trinta anos entre bons momentos e escorregões. Joãozinho Trinta, Laíla… muitos craques passaram por lá. Ultimamente ela vinha batendo na trave. É que a Tradição da Mangueira e o Profissionalismo da Beija Flor criavam problemas. Ano passado foi assim. Até que com o fim da praga mundial, a Covid,os búzios foram jogados e o caminho aberto. No panteão afro um Orixá mal entendido, linguisticamente mal traduzido, Exu, foi apresentado na Avenida, e me lembrou o Salgueiro de Pamplona. Um forte vento que fazia tudo girar. Garra. samba sem refrão, a Grande Rio foi 10. E esclareceu tudo.
Espero que esse vento leve pra longe a incompreensão, a intolerância religiosa que vandaliza altares, chuta Nossa Senhora, fecha centros de Umbanda e Candomblé, principalmente nas Comunidades com a conivência de órgãos que deveriam ser competentes. Diabo é quem deixa o irmão passar fome. Diabo é quem passa e vê um irmão vítima de ladrões caído, ferido e não socorre. Como Jesus contou na parábola do bom Samaritano.
Diabo é quem não ama o seu próximo. Assim disse o Filho de Deus que veio com uma única fórmula; AMOR.
Vida longa, caminhos eternamente abertos pra Acadêmicos do Grande Rio, da minha Duque de Caxias.
Do menino retirante da seca que cresceu e aprendeu o B A = BÁ.

(C.A.)


Cláudio Aragão

Escritor com mais de 15 livros publicados

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