O parque Gezi de Caxias
Em plena semana do meio ambiente, a prefeitura de Duque de Caxias autorizou o corte das árvores do maior espaço verde existente no centro comercial da cidade. A liberação da área serve à construção do projeto “Central Park Caxias”, complexo que contará com um shopping e duas torres de escritórios, iniciativa da empresa ABL Shopping. Das 167 árvores preservadas até agora, dez chegaram a ser destruídas e o número seria maior não fosse a mobilização emergencial do FORAS – Fórum de Oposição e Resistência ao Shopping, que reúne instituições diversas, como sindicatos, ONG’s, associações de moradores, membros da Igreja Católica (Diocese de Duque de Caxias e São João de Meriti) e outras igrejas, além de pesquisadores universitários, professores e estudantes de Duque de Caxias e proximidades.
O corte das árvores foi suspenso até quarta-feira, 11/06, quando ocorrerá reunião do movimento com representantes do poder público na Secretaria Municipal de Meio Ambiente. O problema, vale frisar, não se resume ao desmatamento. O espaço verde, um dos raros do centro caxiense, é vizinho à Catedral de Santo Antônio e abriga a Escola Municipal Dr. Álvaro Alberto, fundada em 1921 como projeto pioneiro de educação montessoriana no Brasil, antecipando-se às ideias da Escola Nova e sendo a primeira do país a oferecer merenda escolar. O prédio, por ser importante patrimônio material e resguardar a memória da cidade e do processo de desenvolvimento da educação no Brasil, está em processo final de tombamento.
A Prefeitura de Duque de Caxias, primeiro no comando de Zito, e agora no de Alexandre Cardoso, autorizaram o licenciamento do projeto “Central Park Caxias”, apesar de toda a movimentação contrária da sociedade civil, organizados no Fórum de Oposição e Resistência ao Shopping. O FORAS vem tentando sem sucesso, desde fevereiro, ter acesso aos documentos, licenciamentos ambientais e pareceres urbanísticos sobre a construção. Além disso, mais de 6000 assinaturas foram coletadas contra o projeto e representações foram feitas no Ministério Público Estadual e Federal. Apesar do pedidos de audiência pública feitos pelos moradores, a prefeitura ainda não abriu canal de diálogo com a população da cidade para debater o planos para a região.
O FORAS, além de querer esclarecimentos sobre problemas no processo de licenciamento, defendem a preservação do patrimônio histórico e ambiental da cidade e buscam apoio de outros membros da sociedade civil que possam somar nessa luta. Ofícios de instituições apoiando a causa podem ser enviados para o e-mail foras.caxias@gmail.com e fappbg@gmail.com. Baixe aqui uma sugestão de texto. Para quem desejar mais informações sobre o movimento, confira a página do grupo no facebook.
Igreja Santo Antonio e área verde ameaçada – Duque de Caxias