Nessa semana, o Bloco Carnavalesco Império do Gramacho completou cinquenta anos oficiais de existência. E digo oficiais porque a agremiação já existia bem antes de sua legalização e há registros de que em 1960 ele já aglutinava o povo da região com seu antigo nome, Império do Bananal.
Como sempre digo, a quadra do Bloco, usada o ano inteiro e sempre cheia de atividades diversas, é um dos maiores centros culturais da cidade. Só não é chamado desse jeito porque ainda estamos mergulhados numa ideia muito limitada sobre Cultura, sobretudo quando o viés é popular.
Suas cores verde e rosa não são aleatórias, aliás. Desde seus primeiros anos esteve presente no seu cotidiano uma parte significativa da lendária Ala de Compositores da Estação Primeira de Mangueira: Pelado, Preto Rico, Moacir “Ameixa”, Comprido, Brogogério… Tanto que o primeiro samba oficial do bloco, de 1972, tem a autoria da sensacional dupla Moacir e Padeirinho, dois mestres da arte do samba-enredo. E em 1975 a Ala de Compositores da Mangueira batizou o bloco.
E aí nessa estrada é muita história de luta e de samba, uma trajetória de glórias, uma história de negritude, de poesia e ralação, uma história invisibilizada como toda história do “Brasil real”, ainda mais sendo uma instituição na Baixada Fluminense, onde tudo isso vai sendo apagado sem piedade e sem quem corra atrás.
Clodomiro de Oliveira, Seu Kim (que saudade!), Dona Iracema, Dona Colbert, Arlindo, Militão, Dona Zenilda, Walter Zacarias, Emílio Reis… A ala de compositores da agremiação, a bateria Puro Balanço, os voluntários que ajudam a levantar o carnaval do Bloco nesses anos todos… São muitos nomes e muitas lutas que ajudaram nessa construção bonita e que hoje merece todos os aplausos nessa comemoração.

Parabéns, Império do Gramacho!

 


heraldo hb

. Animador cultural, escritor e produtor audiovisual nascido no século XX. .

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