Olhar triste de quem vive no sub do sub mundo do Jardim Gramacho. Nesse final de semana estive tocando com @barracao.grupo no Jardim Gramacho em Duque de Caxias. Percebi que o local onde ensaiamos e estudamos música no São Bento é pobre, mas o Jardim Gramacho é miserável. Se torna claro o olhar daquelas crianças, a mistura da felicidade com a falta de perspectiva. Um mundo devastado e construído na base do racismo, do fascismo, do ódio, da falta percepção de quem olha apenas para si mesmo.
Jardim Gramacho, cenário da extrema pobreza, do improviso, das migalhas, da sobrevivência do desconforto. E pensar que que estamos no mesmo Estado do Rio de Janeiro onde temos Leblon e Ipanema.
Ô Sorte! ??? Sorte pra quem? Um povo que vive na linha da miséria, na linha da violência, da descriminação, do racismo, da falta de oportunidades. Sorte é tudo com o que os moradores do Jardim Gramacho podem contar e essa sorte, nunca é a favor do pobres.
Talvez apenas um olhar, talvez olhando além de um futuro, além de uma força, além da maré que vai contra. Sabemos que para essas pessoas o caminho é estreito, poucos passam, não por falta de vontade, mas sim por falta de oportunidades. Essas pessoas não vivem de heranças de família rica, a ultima herança desse povo foi o Lixão do Jardim Gramacho.
Fotos: Igor Freitas Lima – imagens de fevereiro de 2019 #jardimgramacho #duquedecaxias #caxias #baixada #baixadafluminense #caostidianofluminense #caostidiano
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Fotógrafo e músico. Integra o Coletivo Fala e o Barracão.
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