a viagem do futuro ao passado e o passado que ainda está presente

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no brasil a cada quinze minutos se esquece os últimos quinze.” Ivan Lessa, in memorian; agora, imagine leitor, se a nossa cidade foge a regra, é claro que não. Então, como lembrar de uma senhora que no começo do século passado se dispunha a vir a nossa cidade e educar crianças, filhos de trabalhador por um método novo e revolucionário chamado Montessori? Ah, qual é!! Leitor, o passado ensina. E já que estamos falando de passado e ensino, sabe o distinto – curou-o rum creosotado, piada, leitor, piada. camarada, ainda nos mantendo na mesma pegada, é bom que se diga que isso foi muito tempo antes de um outro cavalheiro assumir o poder no país e que só num período de seu governo chamado de estado novo, que os trabalhadores adquiriram alguns direitos como o salário mínimo, por exemplo. Que ironia, não amigo, muito antes dos pais terem alguns direitos legais, seus filhos, em nossa cidade, já tinham uma escola voltada para si. Êh, Brasil! Mas espere, espere, não acabamos, imagine essa cidade que, hoje, parece estar mais perto do rio graças às vias expressas e à facilidade nos transportes, certamente, no começo do século passado a coisa era bem diferente, isolada de tudo pela ausência de vias expressas e de oferta abundante de meios de transporte. Ela tinha dono e lei própria. Mas nem por isso a escola para crianças filhas de trabalhadores deixou de existir e com algumas ações importantes como dar merenda para as crianças, isso hoje é tão comum, mas naquele tempo… ah, amigo, naquele tempo isso era pioneiro, revolucionário! Para os donos da cidade e senhores do atraso isso era um perigo, o ovo da serpente sendo posto em seu quintal. Não, não pode! mas senhora não tava de brinca, não. Ela queria mais: queria que as crianças estudassem em horário integral. Onde já se viu! Filho de pobre tem é que trabalhar, ajudar no ganha pão da família, e ela quer que o moleque passe o dia inteiro na escola. Hum! isso não vai prestar, não pode dar em boa coisa. Hoje alguns modernosos da educação acham que isso é que é o certo, horário pra educação tem que ser integral; mas quase cem anos depois a cidade ainda não tem o horário integral implantado na rede municipal de educação. Esses moderninhos tão pensando o quê? Já não basta a obrigatoriedade de escola para todos? Como se a cidade arrecadasse o bastante para isso. Onde já se viu?

Existe uma bando de malucos de um cineclube que se chama mate com angu que dizem que esse nome é uma homenagem-reconhecimento à fundadora da escola pelo seu pioneirismo e coragem, imagine vir do rio, zona sul para cá, no começo do século passado para trabalhar numa escola e para filho de pobre… só sendo maluca. Leitor, tenho cá pra mim que eles também são. Talvez seja por isso que governo municipal nenhum cuidou de criar um museu sobre essa escola e essa história não seja conhecida e nem contada nas escolas como forma de dar a conhecer as crianças e aos quase um milhão de habitantes dessa cidade. Como sempre os nossos governantes são sábios, não leitor.

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armandastyle

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Djair Lima

dcali é profeta.

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