Imaginei haver um caminhão da Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Duque de Caxias (Limpurduc) na Vila São Luiz, (porque é terreno plano e ter bom nível sócio-econômico) recolhendo apenas metais de um morador – já devidamente cadastrado na Prefeitura após uma intensa campanha de divulgação do sistema de coleta de resíduos urbanos. Logo após, outro caminhão passa, recolhendo apenas plásticos, e assim foi durante todo o dia, cada carro recolhendo apenas um tipo de detrito: uma ocasião eram vidros e lâmpadas fluorescentes, noutra eram papéis e madeira, noutra restos de material de construção, noutra detritos orgânicos (restos de alimentos, óleos de frituras, cascas de legumes, frutas, etc.), noutra eletro-eletrônicos (pilhas, etc.) e finalmente, detritos não aproveitáveis e/ou recicláveis (absorventes femininos, restos hospitalares etc.) – os quais seriam incinerados num fabuloso maçarico que aproveita a queima dos gases – hoje totalmente inaproveitada – na REDUC.

Ao todo foram 8 caminhões diferentes que passaram pelo local recolhendo detritos. Pensei cá-pá comigo: Não será isto um desperdício? Ao inteirar-me do “por causo di quê” desta coleta, soube que a população entrega o material já separado (o que evita a tão abjeta “catação”), recebendo uma nota de crédito correspondente ao peso do material entregue, a qual será devidamente descontada no ano seguinte no valor do seu IPTU e no bairro, as associações de moradores participam ativamente no projeto incentivando, esclarecendo para os moradores as vantagens do sistema, repartindo, no fim de um ano fiscal, o valor equivalente a um dia de coleta, (metaforicamente, um “imposto sindical”). Cada caminhão que completa sua carga dirige-se para um local de reciclagem (o de metais vai para a Latasa), onde, após ser descarregado, lhe é fornecida uma nota de recebimento no valor correspondente ao material entregue. Em data aprazada, a Prefeitura recebe a quantia em dinheiro correspondente à soma dos materiais entregues às companhias recicladoras. O sistema funciona com um rendimento surpreendente: todos colaboram, não há local de transbordo, não há “lixões”, não há catação, não há desperdício de material motivado pela contaminação da mistura de material orgânico com os outros tipos de detritos, etc. e a Prefeitura tem ainda um outro lucro além do da venda do material para as companhias recicladoras, que é a despesa que havia (cerca de 85 milhões anuais) quando ela contratava companhias de limpeza que tanto prejuízo já causaram à cidade.

*Contas modestas apontam uma despesa operacional anual de R$ 50.000.000,00 e lucro de R$ 219.000.000,00, (menos R$ 85.000.000,00 dá mais de R$ 300.000.000,00 de lucro) o que justifica o desconto no pagamento de quase todos, senão todos os IPTUs da cidade sobrando dinheiro ainda para pagar contas de gás e energia elétrica!

 

caminhaodelixo

 

Por José Rodolfo Camarão Baeta

Contato: cammaronemmaterest@gmail.com


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