Nos dias de hoje, tudo é saudade. Bons tempos aqueles em que só usávamos protetor solar para ir à praia. Haviam praias para irmos, ouvíamos música no aparelho de CD e víamos filmes no DVD. O celular era só voz, não tinha imagem e isso nos dava mais privacidade. Pagávamos nossas contas em dinheiro, com cartão de crédito ou débito. Agora temos que andar com esse chip dentro do pulso… E dizem que é mais cômodo que o documento de papel… Mais cômodo para quem? Ninguém me pergunta mais se eu quero pagar em dinheiro e acho que sabem até o que ando fazendo no banheiro. Como alguém vai se masturbar assim? Os carros estão melhores, é verdade, não poluem e a manutenção diminuiu bastante. Todavia, devo confessar que, às vezes sinto falta do ronco dos motores e de virar a chave, pisar nos pedais, passar a marcha e seguir guiando… Como era bom chegar em casa, deitar no sofá, pegar o controle e brincar com a tevê passando os canais. Hoje em dia é tudo pela voz, se for fazer isso, vou acabar dialogando com essa maldita caixa de alienação.

Lembro do meu pai reclamando por conta do fim do vinil, que voltou, muito mais caro; parece até que foi só um blefe do mercado… Lembro do meu avô profetizando o fim da humanidade por causa da AIDS… A cura acabou aparecendo e outras novas enfermidades posteriormente. O CD que celebrei tanto, meu filho despreza em função das novas mídias. É fato que novas tecnologias sempre surgem para substituir outras e a ideia básica é tornar a vida melhor, mais fácil, só que, no meio de tantas invenções, onde ficamos? Acabamos fundindo e perdendo a percepção do que é realmente importante e tem valor e precisa ser preservado.

O tempo que levamos gravando uma mensagem de voz não pode ser usado para fazer uma ligação? Por que não contemplamos mais com o olhar – tudo tem que ser visto através da tela do celular? Por que hoje está tão fácil e tão difícil o contato? Estamos nos isolando pra termos amigos? Ausentes estamos presente? Conversando através de um aplicativo mesmo estando um em frente ao outro… Por que não nos olhamos mais e falamos? Me mostra o seu sorriso ou sua indignação. Humanidade é interação, proximidade e socialização. A tecnologia não pode ser uma barreira, mas uma integração. Já perdemos tanto, nossas baleias, rios, florestas… Sem perceber, estamos nos perdendo. Eu não quero ir à Lua embora a passagem esteja em promoção, quero desbravar a imensidão dos oceanos e das florestas… Há tantas belezas aqui para ver ainda. Quero ensinar ao meu filho o quanto é preciso preservar, recuperar e reciclar.

Aquela usina que está a cerca de 20 quilômetros daqui, inaugurada a quase dois anos, sofreu seu segundo vazamento e destruiu 80% do parque nacional que fica aqui perto e onde muitas vezes levei meu filho para se banhar nas cachoeiras… Chernobyl continua inabitável. Bem-vindo a 2021.
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Alexandre Lima

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