Um ano de Pagufunk
A celebração de um ano de Pagufunk, no último domingo dia 2 de novembro, transformou a Lira de Ouro, em Duque de Caxias, num grande palco para o movimento feminista se encontrar para dançar. É cantando e dançando funk que ativistas, artistas e entusiastas de todo o tipo engrossaram o coro liderado por Lidi de Oliveira, a fundadora do grupo que causa em todo o país com a música “A missão vai ser cumprida”.
A produtora cultural, estudante de ciências sociais da UFRJ, ativista e MC vive em Parque Paulista, Duque de Caxias, lugar de onde baseia suas músicas na realidade da mulher da periferia. Com apenas 22 anos, em pouco tempo ela já inspira e agrega mulheres de gerações, pensamentos e atuações diversas, visivelmente representadas no Festival Empodera – Um ano de Pagufunk.
Além de celebrar o aniversário do grupo o festival concretizou uma questão amplamente difundida entre feministas ligadas a cultura: o protagonismo feminino na arte. Martinha do Coco foi reverenciada como a grande estrela da noite em meio a dezenas de iniciativas protagonizadas por mulheres. O grupo de teatro Operações fez uma performance lembrando o refrão do hit da Pagufunk “vou cortar, vou cortar, vou cortar”, os grupos Som de Preta e Belicosa subiram ao palco para tomar conta dos instrumentos e dos microfones, zines e ilustrações de Maracujá Roxa, HannaHalm, Tennage Micha e Xereca estavam presentes em exposição. A guerreira Jul Pagul trouxe um bonde do Distrito Federal só para o evento e puxou palavras de ordem feministas engrossadas pelo público. Enquanto isso as mulheres discotecavam para homens, coletivos e entusiastas presentes, como a ativista Indiana Siqueira, que marcou presença como dezenas de feministas que constroem a caminhada do dia a dia. Quando a Pagufunk entrou, o público se uniu em refrões e batidas, com o auxilio da pequena Duda, que acompanhou Lidi no palco.
A Baixada Fluminense é berço de mais uma iniciativa cultural de resistência, e nesta noite se tornou destino das feministas que fazem revolução e dançam em uma dura luta cotidiana pelos direitos das mulheres, mas que com sua arte e sororidade fazem deste um caminho de amor e diversão!
.
Fotos: Rachel Geep