𝙎𝙞𝙢, 𝙩𝙤𝙙𝙤 𝙘𝙪𝙞𝙙𝙖𝙙𝙤 𝙚́ 𝙥𝙤𝙪𝙘𝙤

Nunca tive o menor saco para assistir à televisão. Na moral, mesmo, eu nunca tive um aparelho de TV em casa, desde que passei a ter uma casa pra chamar de minha, e bota muitos anos nisso. Assim, posso dizer que jamais acompanhei uma novela, série ou minissérie; reality show, então, nem pensar. É bom que diga, mas não vejo nisso nada que me faça mais isso ou aquilo que outros mortais Contudo, garanto: em termos de programação televisiva, a única concessão que me permito fazer é à grade jornalística – talvez por hábito adquirido em mais de meio século, como profissional da área.
Desde o advento da internet, eu fui me distanciando do noticiário exclusivamente televisivo, buscando me informar por outros meios, como os canais alternativos, que incluem, vez por outra, recortes de vídeos procedentes de jornais de canais abertos ou fechados, mas reconhecidos como emissoras institucionais. Sem ser assim, vejo trechos dos jornais globais, enquanto almoço num restaurante ou espero a minha vez em consultório médico, dentário ou, ainda em salão de barbeiro.
Por conta de tudo o que eu disse acima, fiquei surpreso quando me vi, dia desses, assistindo a uma série de jornais pela TV. Encarei o RJ e o JH, da Globo, e na sequência, seus similares da Record, Band e SBT. E constatei duas coisas interessantes, por assim dizer: 1) os telejornais brasileiros são rigorosamente iguais, na forma e no conteúdo – todos inspirados no formato Globo; e 2) os criminosos brasileiros estão, em regra, concorrendo nas mesmas modalidades de crimes, que são as fraudes envolvendo políticos corruptos, feminicídios e golpes aplicados via internet, através das redes sociais. Nos quatro canais assistidos, as notícias foram as mesmas: duas sobre corrupção, três assassinatos de mulheres e cinco golpes aplicados, principalmente, em pessoas de idade avançada.
Foi aí que a ficha caiu, pra esse velho repórter. Acho que o distinto leitorado já sabe, mas não custa rememorar. Eu lancei um livro novo, em fevereiro deste ano (dia 26). O lançamento se deu no Galpão da Gomeia (Duque de Caxias), numa festa maravilhosa, com muita música ao vivo e muita gente bonita. 𝕌𝕞 𝕓𝕒𝕔𝕦𝕣𝕒𝕦 𝕧𝕠𝕒𝕟𝕕𝕠 𝕟𝕠 𝕔𝕣𝕖𝕡𝕦́𝕤𝕔𝕦𝕝𝕠 reúne 46 crônicas, escolhidas dentre centenas delas que publiquei em jornais, revistas e aqui, no Facebook, anos a fio.
A publicação foi realizada com recursos provenientes da Lei Paulo Gustavo. Mas como esta é mais voltada para o Audiovisual, as demais atividades (Literatura, por exemplo) são contempladas com uma verba muito curta. Assim, o livro teve que sair numa edição muito pequena – pouco mais que cem exemplares, que quase se esgotaram na festa de lançamento. Por isso, estou passando os exemplares que ficaram, a fim de levantar uma grana pra bancar uma nova tiragem, com mais volumes.
E sabem o que aconteceu? Mandei um texto explicando isto pelo Messenger de vários amigos, reconhecidamente apreciadores do que eu escrevo, e em vários dias apenas dois se pronunciaram buscando adquirir a obra. Claro que estranhei muito a reação do distinto leitorado, até que duas amigas entraram em contato, querendo saber se era eu mesmo pretendendo vender meu livro ou se era mais algum “experto” querendo aplicar um golpe. Só aí me dei conta, do quão perigoso é este mundo virtual em que vivemos.
Agora, tô aqui numa dúvida atroz, não sei se consegui, com esse textão postado em meu próprio perfil, convencer os amigos de que não se trata de mutreta, e de que sou eu mesmo precisando vender meu livro, Aí, os que levarem fé no que estou dizendo, podem entrar em contato comigo pelo Messenger, que estará adquirindo um livro bem legal (muito modéstia à parte), autografado pelo autor a ser entregue aonde o leitor quiser.